05 Mar 2020
Adotar novas tecnologias inclui mudanças culturais profundas dentro das escolas

Para Ronaldo Mota, que atua nas áreas de Novas Tecnologias e Metodologias Inovadoras em Educação, não basta decidir inovar - os gestores devem se adaptar de forma efetiva
As novas tecnologias têm potencial para melhorar diversos setores da nossa sociedade e a educação não é uma exceção. Em sala de aula, as inovações podem impactar diretamente a forma de aprendizado, o engajamento dos estudantes, a didática dos professores, estrutura das instituições e até o desempenho de crianças e adolescentes.
Mas, para que todo esse processo seja bem-sucedido, é necessário que as mudanças sejam realizadas de forma eficaz. “Não é simplesmente observar o surgimento de uma tecnologia e definir se você irá adotá-la ou não. É uma mudança cultural forte e profunda”, afirma Ronaldo Mota, diretor científico da Digital Pages e membro da Academia Brasileira de Educação.
Ou seja, quando uma escola decide inovar, ela não deve pensar que está apenas implantando algo diferente, mas que está se modificando por completo em função de uma sociedade que demanda características diferentes do que ela apresentava até então.
E, considerando isso, segundo o especialista, a maior inovação que vamos ter nos próximos períodos é uma educação personalizada e o papel de uma boa escola ou de bons educadores é conseguir gerar uma multiplicidade de caminhos e trilhas educacionais que consigam contemplar da melhor forma possível qualquer que seja o perfil do estudante.
No setor educacional, são muitas tecnologias que farão a diferença, mas, para Mota, certamente uma de grande destaque a curto prazo é a utilização de realidade virtual, realidade ampliada e realidade mista. “Elas trarão oportunidades impressionantes de aprendizado, muito diferente do que temos hoje”, afirma.
Para que essas e outras tecnologias sejam introduzidas da melhor forma, os gestores educacionais precisam, segundo o especialista, desenvolver duas habilidades: calma e tolerância. Isso porque grande parte das inovações será introduzida de fora para dentro, ou seja, entrarão nas escolas por meio dos alunos, jovens e crianças, que já adotaram determinada tecnologia no dia a dia. E as instituições precisarão se adaptar.
“E, em um evento como o GEduc, a ideia não deve ser convencer os gestores sobre como será o futuro do mercado de educação, porque ninguém sabe exatamente o que está por vir. O importante é que estejam prontos para receberem as novas tecnologias sem preconceitos, entendendo que vamos passar por mudanças radicais e que precisamos ser compreensivos sobre isso, pois elas virão inevitavelmente”, conclui Mota.
Ronaldo Mota irá discutir o tema “Desafios e Oportunidades para Aprendizagem no Mundo Digital” no GEduc 2020.